Monteiro foi avisado pelo SIS sobre entrada da extrema-direita
Nova Democracia marca reunião urgente para dia 1 de Dezembro, em Aveiro
Manuel Monteiro teve conversações com elementos ligados ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) sobre a entrada de militantes da extrema-direita portuguesa no Partido da Nova Democracia (PND). O DN sabe que Monteiro foi avisado sobre quem eram os militantes considerados mais perigosos e cujos movimentos e actividades estão a ser acompanhados pelo SIS. O líder do PND terá usado a informação para a cruzar com os dados existentes nos ficheiros do partido.
Contactado pelo DN, Manuel Monteiro escusou-se a comentar esta informação, reconhecendo apenas que teve conhecimento das adesões extremistas à Nova Democracia "porque eles se denunciaram". Segundo Monteiro (antigo presidente do CDS/PP, entre 1992 e 1998), são "cerca de 25 pessoas", algumas provenientes do Partido Nacional Renovador (PNR), outros do Movimento Nacionalista, Movimento Pró-Pátria, Causa Nacional e de um blogue chamado Estado Novo.
"Eu sabia que havia militantes que vinham do PNR, mas pensava que tinham evoluído", diz Manuel Monteito, que descobriu um texto anti-semita no site do seu partido, o demoliberal. Monteiro pediu ao director do jornal online, João Carvalho Fernandes, para retirar o artigo e começou a investigar o percurso do autor, Emanuel Guerreiro.
Monteiro descobriu que o militante que fizera ataques a judeus e ao estado de Israel por escrito era coordenador das Novas Gerações, a juventude partidária do PND - equivalente à JS, JSD ou JP. Manuel Monteiro chamou Diogo Tomás Pereira, o líder das NG, e pediu a destituição imediata de Emanuel Guerreiro do cargo de coordenador. Na sequência disto, o jovem militante do PND expôs publicamente o caso e Monteiro teve de começar a defender-se.
"O problema é que um partido pequeno como o PND vive do voluntarismo e tenho de reconhecer que quando entra um grupo organizado com ideias e propostas, esse grupo pode ganhar força", diz Monteiro, justificando a passagem à acção. Em Aveiro foi detectado o ingresso de vários militantes, que nas eleições de delegados para o último Conselho Geral da Nova Democracia - uma espécie de conselho nacional ou congresso - conseguiram de imediato fazer eleger nove em dez delegados possíveis. Muitos destes militantes, pela escassez do PND e fraco controlo interno, nem ainda tinham sido aprovados como militantes.
Neste momento, Manuel Monteiro convocou para o dia 1 de Dezembro, logo em Aveiro, uma reunião do PND, tendo como ponto principal da ordem de trabalhos "a análise dos processos de adesão provenientes desses grupos". Para Monteiro, "será uma análise caso a caso e, caso as opiniões expressas não sejam compatíveis com os nossos ideais de liberdade e de democracia liberal, poderá haver uma deliberação convidando-os a sair". Se não não aceitarem, os processos seguem para o conselho de jurisdição, que pode pronunciar--se pela expulsão.
Ao DN, José Manuel de Castro é contundente: "Manuel Monteiro sofre de algum processo pavloviano e está desesperado", sustenta. Este activista frisa que o grupo que integra "apoia Susana Barbosa como rosto da oposição interna (do PND) a Manuel Monteiro". Com M.A.C.
Nova Democracia marca reunião urgente para dia 1 de Dezembro, em Aveiro
Manuel Monteiro teve conversações com elementos ligados ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) sobre a entrada de militantes da extrema-direita portuguesa no Partido da Nova Democracia (PND). O DN sabe que Monteiro foi avisado sobre quem eram os militantes considerados mais perigosos e cujos movimentos e actividades estão a ser acompanhados pelo SIS. O líder do PND terá usado a informação para a cruzar com os dados existentes nos ficheiros do partido.
Contactado pelo DN, Manuel Monteiro escusou-se a comentar esta informação, reconhecendo apenas que teve conhecimento das adesões extremistas à Nova Democracia "porque eles se denunciaram". Segundo Monteiro (antigo presidente do CDS/PP, entre 1992 e 1998), são "cerca de 25 pessoas", algumas provenientes do Partido Nacional Renovador (PNR), outros do Movimento Nacionalista, Movimento Pró-Pátria, Causa Nacional e de um blogue chamado Estado Novo.
"Eu sabia que havia militantes que vinham do PNR, mas pensava que tinham evoluído", diz Manuel Monteito, que descobriu um texto anti-semita no site do seu partido, o demoliberal. Monteiro pediu ao director do jornal online, João Carvalho Fernandes, para retirar o artigo e começou a investigar o percurso do autor, Emanuel Guerreiro.
Monteiro descobriu que o militante que fizera ataques a judeus e ao estado de Israel por escrito era coordenador das Novas Gerações, a juventude partidária do PND - equivalente à JS, JSD ou JP. Manuel Monteiro chamou Diogo Tomás Pereira, o líder das NG, e pediu a destituição imediata de Emanuel Guerreiro do cargo de coordenador. Na sequência disto, o jovem militante do PND expôs publicamente o caso e Monteiro teve de começar a defender-se.
"O problema é que um partido pequeno como o PND vive do voluntarismo e tenho de reconhecer que quando entra um grupo organizado com ideias e propostas, esse grupo pode ganhar força", diz Monteiro, justificando a passagem à acção. Em Aveiro foi detectado o ingresso de vários militantes, que nas eleições de delegados para o último Conselho Geral da Nova Democracia - uma espécie de conselho nacional ou congresso - conseguiram de imediato fazer eleger nove em dez delegados possíveis. Muitos destes militantes, pela escassez do PND e fraco controlo interno, nem ainda tinham sido aprovados como militantes.
Neste momento, Manuel Monteiro convocou para o dia 1 de Dezembro, logo em Aveiro, uma reunião do PND, tendo como ponto principal da ordem de trabalhos "a análise dos processos de adesão provenientes desses grupos". Para Monteiro, "será uma análise caso a caso e, caso as opiniões expressas não sejam compatíveis com os nossos ideais de liberdade e de democracia liberal, poderá haver uma deliberação convidando-os a sair". Se não não aceitarem, os processos seguem para o conselho de jurisdição, que pode pronunciar--se pela expulsão.
Ao DN, José Manuel de Castro é contundente: "Manuel Monteiro sofre de algum processo pavloviano e está desesperado", sustenta. Este activista frisa que o grupo que integra "apoia Susana Barbosa como rosto da oposição interna (do PND) a Manuel Monteiro". Com M.A.C.
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